Uma ausência intensa,
Sabe-se lá do quê.
A presença fria
da sua própria escuridão.
Amor?
Quiçá.
Há tempos não o vejo por essas bandas.
Não o correspondido.
Será que existe amor sem ser correspondido?
Não creio.
Amor que é amor,
Reflete.
Enlaça.
Amor é continuidade.
Não acredito em amor não correspondido.
Quando isso acontece,
Ama-se mais a ideia do amor,
do que ele mesmo.
Ama-se mais o lugar de apaixonado,
Mesmo que inconscientemente.
Mas amor...
... É um grito suave,
Um desespero confiante,
Uma paz que estremece.
Não sobrevive só.
A não ser para inspirar
Solitários, incompreendidos, poetas.
Ver a beleza.
Encantar-me pelo outro
é uma constante.
O desencanto,
Ah, esse aperta!
Vivo a espera do não desencanto
Mas as pessoas derretem a minha frente.
Como velas acesas
Que qualquer um providenciou para um jantar
Querendo impressionar.
Servem para ocasiões
E se vão sem que nos demos conta.
A vela se apaga,
O amor se vai,
O vazio grita.
A tristeza dança
E nos desafia.
Lays Camargo e Vanessa Espi - Ribeirão Preto/Rio de Janeiro, 12 de Julho de 2016.
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